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EDP Renováveis revela redução no investimento em três mil milhões até 2026


Hoje, a empresa anunciou uma alteração em seu plano estratégico, projetando investir três mil milhões de euros líquidos, em comparação com os sete mil milhões anteriores.

A EDP Renováveis anunciou hoje um decréscimo de três mil milhões de euros em seu investimento em relação ao previsto no plano estratégico.

A empresa pretende agora investir 4 mil milhões de euros nos próximos três anos, num valor três mil milhões de euros inferior ao previsto anteriormente, conforme divulgado em uma apresentação ao mercado hoje.

O investimento bruto em energias renováveis chegará a 12 mil milhões de euros para o período de 2024 a 2026, sendo o investimento líquido de 4 mil milhões de euros, menos três mil milhões em comparação ao plano estratégico original, com ênfase na melhoria da eficiência para “manter um equilíbrio saudável”.

“O ambiente mudou nos últimos 12 meses”, comentou Miguel Stilwell d’Andrade hoje. “Não estamos ignorando os sinais. É necessário ajustar” o plano. Ele destacou a redução nos preços da eletricidade e os altos custos de capital, apontando que as taxas de juros provavelmente permanecerão altas por mais tempo nos EUA em comparação à zona euro, que deverá enfrentar mudanças nos próximos meses.

A empresa agora planeja instalar 10 gigawatts de capacidade entre 2024 e 2026, a uma taxa de três gigawatts por ano, dos quais 7 gigawatts já estão “garantidos”.

De acordo com o plano de negócios anterior, o grupo EDP planejava investir 25 mil milhões de euros durante esse período: 21 mil milhões (85%) em energias renováveis e quatro mil milhões (15%) em redes elétricas, resultando em um investimento médio anual em torno de 6,2 mil milhões de euros. A empresa esperava adicionar 4,5 gigawatts de energias renováveis por ano, totalizando 18 gigawatts até 2026 para atingir 33 gigawatts de capacidade renovável até 2026 e 50 gigawatts até 2030.

Goldman Sachs: dívida da EDPR “mais elevada do que o esperado”

Os ganhos da EDP Renováveis aumentaram 4% para 68 milhões de euros no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado.

No que diz respeito aos resultados, o Goldman Sachs (GS) afirmou hoje que superaram as expectativas: 3% a mais no EBITDA e 10% acima nas margens de lucro. O banco norte-americano acredita que esses números colocam a EDPR no caminho certo para atingir as estimativas para este ano: 2 bilhões em EBITDA, 470 milhões em lucro, se beneficiando de um ganho de 200 milhões com a venda de ativos.

Contudo, a dívida líquida novamente apareceu “mais alta do que o esperado”, totalizando 6,7 mil milhões de euros. Em termos ajustados, a dívida líquida econômica ultrapassaria os nove mil milhões de euros.

A dívida líquida da empresa aumentou 933 milhões entre o final de 2023 e março, atingindo os 6,7 mil milhões de euros, com o rácio de dívida líquida sobre o EBITDA subindo de 3,2 vezes para 3,7 vezes em apenas três meses.

Os analistas preveem que a empresa estabelecerá novas metas para 2026, incorporando taxas de juros mais altas e preços de eletricidade mais baixos em comparação ao previsto no plano estratégico atual. “Esperamos que as adições líquidas e brutas sejam menores, juntamente com uma atualização dos preços da eletricidade (mark-to-market), já que cerca de 30% das receitas estão expostas aos mercados de eletricidade.

O EBITDA para 2026 deve atingir 2,4 mil milhões de euros, com um lucro líquido resultante, excluindo ganhos com vendas de ativos, em 689 milhões de euros, segundo o consenso divulgado pela Visible Alpha. “Dadas as prováveis reduções de despesas de capital e a queda nos preços da eletricidade, essas estimativas podem se mostrar otimistas”.

Analisando o preço atual das ações, o GS conclui que “não há valor em termos de crescimento futuro”. “Baseado em nossa avaliação dos ativos existentes (13,3 euros/ação), podemos inferir que a EDPR praticamente não reflete nenhum valor adicional das futuras expansões de capacidade”. “Ao avaliar os ativos existentes, não consideramos crescimento futuro além de 2024”, acrescentou.

Os analistas estão convencidos de que “um recomeço nas perspectivas” pode se tornar uma oportunidade para reiniciar do zero. “A EDPR deve buscar um crescimento mais sustentável, implicando (potencialmente) em menor risco de execução e maiores retornos. Isso também requer um balanço mais robusto”.

Lucro da EDP Renováveis sobe 4% enquanto investimento recua

Os lucros da EDP Renováveis subiram 4% para 68 milhões de euros no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O resultado foi influenciado pela menor receita total e pelo aumento da carga tributária, devido ao tratamento fiscal dos ganhos com vendas de ativos, compensados por uma redução dos custos financeiros líquidos e dos juros não controláveis, que caíram 11% em termos anuais.

Como resultado, a receita caiu 11% para 632 milhões de euros, impactada pelo preço médio de venda mais baixo (-3%) e pela menor produção de energia (-3%).

A empresa observa que o preço médio de venda caiu 3% para 61 euros/MWh, refletindo os menores preços no mercado de eletricidade na Europa. A comparação com o ano anterior também foi afetada pela redução regulatória nos preços da eletricidade de 2023 para ativos regulados na Espanha, anunciada em junho de 2023.

Além disso, a produção diminuiu 3%, atingindo 9,9 TWh, influenciada pela rotação de ativos eólicos nos últimos 12 meses, incluindo a venda de 256 MW na Espanha, 142 MW na Polônia e 260 MW no Brasil, onde a produção caiu 54% devido à desconsolidação e à manutenção planejada de diversos projetos, resultando na suspensão periódica das operações, junto com recursos renováveis ligeiramente mais baixos em comparação com o ano anterior.

O investimento bruto despencou 23% para 759 milhões de euros, com mais de 80% dos investimentos operacionais realizados na Europa e América do Norte, refletindo o foco da EDPR em seus principais mercados de baixo risco.

A dívida líquida aumentou em 900 milhões, chegando a 6,7 mil milhões, “refletindo os investimentos realizados no período”.

Os resultados financeiros cairam 14% para 108 milhões, “afetados pela estratégia de rebalanceamento cambial da dívida, com predominância do euro (€) e declínio do dólar (USD), e pelo aumento dos custos financeiros capitalizados, devido a atrasos na execução de projetos juntamente com a manutenção do custo da dívida em 4,66%, devido à menor despesa da dívida das novas refinanciamentos”, conforme comunicado.

Goldman Sachs anticipa redução de 30% nos investimentos da EDP Renováveis

O Goldman Sachs recentemente indicou que espera que a EDP Renováveis diminua seus investimentos em 30% nos próximos anos, sob pressão da queda nos preços da energia e do aumento dos custos de financiamento.

“Devido à contínua queda nos preços da energia (…) esperamos que a EDPR apresente uma atualização estratégica (com base nas metas de 2026). Para refletir os custos de financiamento mais altos e os preços mais baixos da energia, prevemos uma redução de cerca de 30% nos gastos brutos com energias renováveis”, disse o comunicado divulgado em abril.

Os analistas notam que, embora possa ser considerado negativo (com o consenso das estimativas da Bloomberg podendo cair), o GS acredita que isso poderá ser ligeiramente positivo por duas razões.

“Em primeiro lugar, nossas conversas com investidores indicam que o buyside já antecipa uma redução nos gastos de capital. Em segundo lugar, o preço atual das ações implica que não há valor para futuras adições de capacidade”, com o GS apontando que as ações estão sendo negociadas abaixo de sua avaliação para os ativos existentes (13 euros).





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Asraful Shohag

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