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Vladimir Putin faz uma visita à China nesta semana


A visita, agendada de última hora, busca evidenciar que os dois países compartilham uma estratégia de bipolarização estratégica global. O mundo está claramente dividido em dois.

O líder russo, Vladimir Putin, planeja visitar a China ainda esta semana, conforme anunciado pelas autoridades dos dois países. Esta será a primeira viagem ao exterior durante o seu novo mandato de seis anos, e servirá para destacar o fortalecimento da parceria com o presidente chinês, Xi Jinping. Além disso, será uma maneira de indicar aos Estados Unidos e seus aliados que a bipolaridade mundial está cada vez mais importante na agenda internacional – o que sugere uma nova divisão estratégica em evidência.

Em fevereiro de 2022, China e Rússia declararam uma parceria “ilimitada”, quando Putin visitou Pequim pouco antes de enviar soldados para a Ucrânia. Desde então, os dois países têm intensificado a sua aproximação em diversas frentes – mas não, como os Estados Unidos chegaram a temer, com a participação direta da China no conflito ucraniano. Nos últimos dois anos, os Estados Unidos e seus parceiros – como mencionou a líder da União Europeia, Ursula von der Leyen, em Paris na semana passada – têm trabalhado para aumentar a distância com a China, o que tem incentivado a China a manter e expandir a aliança com a Rússia.

“A convite do presidente chinês, Xi Jinping, Vladimir Putin fará uma visita de Estado à China nos dias 16 e 17 de maio como sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o cargo”, afirmou o Kremlin nesta terça-feira.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, informou em comunicado que os dois líderes discutirão “relações bilaterais, cooperação em diversas áreas e questões internacionais e regionais de interesse comum”.

Esta será a segunda visita de Putin à China em pouco mais de seis meses, servindo como uma tábua de salvação econômica para a Rússia após a imposição de sanções pelos países ocidentais devido à ofensiva na Ucrânia. A China rejeitou as críticas do Ocidente sobre os seus laços com a Rússia, porém a parceria econômica e a cooperação militar estão sob crescente escrutínio no Ocidente.

Putin e Xi Jinping compartilham a visão de que o Ocidente está em declínio, enquanto a China desafia a supremacia econômica e estratégica dos Estados Unidos em todas as áreas.

Na sua visita, Putin se reunirá com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, para discutir a cooperação econômica. Além disso, Putin também visitará a cidade de Harbin, no nordeste chinês, que mantém fortes laços com a Rússia, para participar de uma exposição comercial e de investimentos.

A deslocação do líder russo a Pequim visa evitar interrupções no apoio econômico fornecido pela China a Moscovo, observou a analista Alexandra Prokopenko num artigo publicado pelo jornal britânico “The Financial Times”.

“Um dos principais objetivos de Putin é encontrar formas de minimizar qualquer perturbação no apoio econômico que a China tem oferecido ao seu governo, que enfrenta dificuldades desde o início da invasão total da Ucrânia”, escreveu Alexandra Prokopenko, pesquisadora do Centro Carnegie Rússia-Eurásia, com base em Berlim. O comércio entre a China e a Rússia registrou em 2023 um crescimento anual de 26,3%, atingindo 240 bilhões de dólares (223 bilhões de euros).




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Asraful Shohag

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