AO MINUTO

obrigação da EDPR “superior do que antecipado”


Espera-se que especialistas do banco definam novos objetivos para 2026, os quais irão refletir taxas de juros mais altas e preços de eletricidade mais baixos do que os previstos no plano estratégico em andamento.

Os ganhos da EDP Renováveis aumentaram 4% para 68 milhões de euros no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo o Goldman Sachs (GS) na sua análise aos resultados, estes ficaram acima das expectativas, sendo 3% superiores ao consenso no EBITDA e 10% acima nos ganhos. O banco norte-americano sugere que os números colocam a EDPR no caminho para alcançar o consenso para este ano: dois mil milhões de EBITDA, 470 milhões de ganhos, beneficiando de ganhos de 200 milhões com a venda de ativos.

No entanto, a dívida líquida, “mais uma vez”, surge “superior ao que era esperado”, atingindo os 6,7 mil milhões de euros. Se analisada em termos ajustados, a dívida líquida económica superaria os nove mil milhões de euros.

A dívida líquida da empresa aumentou em 933 milhões entre o final de 2023 e março, atingindo os 6,7 mil milhões de euros, com a proporção de dívida líquida sobre o EBITDA a aumentar de 3,2 vezes para 3,7 vezes em apenas três meses.

Os analistas sugerem que a empresa irá estabelecer novos objetivos para 2026, que deverão refletir taxas de juros mais altas e preços de eletricidade mais baixos em comparação com o previsto no plano estratégico em vigor. “Prevemos adições líquidas e brutas mais baixas e um mark-to-market nos preços da eletricidade”, uma vez que cerca de 30% das receitas estão expostas aos mercados de eletricidade.

Estima-se que o EBITDA para 2026 atinja os 2,4 mil milhões de euros, com o lucro líquido, excluindo ganhos de rotação de ativos, a atingir os 689 milhões de euros, de acordo com o consenso fornecido pela Visible Alpha. “Considerando a provável redução do capex e a queda nos preços de eletricidade, estas estimativas podem revelar-se otimistas.”

Analisando o preço atual da ação, o GS afirma que “não há valor em termos de crescimento futuro”. “Com base na nossa avaliação dos ativos existentes (13,3 euros por ação), podemos concluir que a EDPR está atualmente a desvalorizar praticamente todo o potencial de futuras adições de capacidade. Ao avaliar os ativos existentes, não consideramos crescimento futuro além de 2024”, enfatiza.

Os analistas acreditam que um “reinício nas expectativas” pode ser uma oportunidade para recomeçar do zero. “A EDPR deverá procurar uma taxa de crescimento mais sustentável, o que implica (potencialmente) riscos de execução mais baixos e retornos mais elevados. Isto também pressuporia um balanço mais sólido”.

Ganhos da EDP Renováveis aumentam 4% mas investimento diminui

Os ganhos da EDP Renováveis subiram 4% para 68 milhões de euros no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O resultado foi afetado por uma menor contribuição do top line e pelo aumento dos impostos, devido ao tratamento fiscal dos ganhos com rotação de ativos, sendo compensado por uma redução nos custos financeiros líquidos e nos interesses não controláveis (-11% em termos homólogos).

Deste modo, as receitas diminuíram 11% para 632 milhões de euros, impactadas pelo menor preço médio de venda (-3%) e pela menor produção de energia (-3%).

A empresa revela que o preço médio de venda caiu 3% para 61 euros/MWh, “refletindo os preços mais baixos do mercado de eletricidade na Europa. A comparação com o ano anterior também foi influenciada pela revisão regulatória em baixa dos preços da eletricidade de 2023 para os ativos regulados em Espanha, anunciada em junho de 2023”.

Já a produção também diminuiu 3% para 9,9 TWh, afetada pela rotação de ativos eólicos nos últimos 12 meses, com a venda de 256 MW em Espanha, 142 MW na Polónia e 260 MW no Brasil, onde a produção caiu 54% com a desconsolidação e devido à manutenção prevista em diversos projetos, exigindo a suspensão periódica das operações, bem como pela disponibilidade ligeiramente inferior de recursos renováveis em comparação com o ano anterior.

O investimento bruto diminuiu 23% para 759 milhões de euros, com mais de 80% do investimento operacional a ser realizado na Europa e América do Norte, refletindo o enfoque da EDPR nos seus mercados principais de menor risco.

Tendo em conta as transações de rotação de ativos, que geraram um encaixe de 300 milhões, o investimento líquido de expansão atingiu os 900 milhões (-8%).

Por outro lado, a dívida líquida disparou 900 milhões para 6,7 mil milhões, refletindo os investimentos realizados no período.

Os resultados financeiros diminuíram 14% para 108 milhões, impactados pela estratégia de reequilíbrio da composição cambial da dívida, com maior peso do euro (€) e menor peso do dólar (USD), e pelo aumento dos encargos financeiros capitalizados, devido a atrasos na execução de projetos juntamente com a manutenção do custo da dívida em 4,66%, devido à redução dos custos da dívida dos novos refinanciamentos, conforme indicado no comunicado.

Goldman Sachs antecipa redução de 30% no investimento da EDP Renováveis

O Goldman Sachs divulgou recentemente que prevê que a EDP Renováveis reduza o seu investimento em 30% nos próximos anos, devido à pressão resultante da queda nos preços da energia e do aumento dos custos de financiamento.

De acordo com o comunicado de abril, “dada a contínua redução nos preços da energia (…) esperamos que a EDPR atualize a sua estratégia (tendo em conta as metas de 2026). Para refletir custos de financiamento mais elevados e preços de energia mais baixos, esperamos que isto resulte numa redução de cerca de 30% no capex bruto para as energias renováveis”.

Embora a redução do investimento possa ser encarada como negativa (com o consenso das estimativas da Bloomberg a poder descer), o GS acredita que esta medida poderá ser ligeiramente positiva por duas razões.

“Primeiramente, as nossas interações com investidores indicam que o buyside já antecipa uma redução no capex. Em segundo lugar, o preço atual das ações sugere que não há valor para futuras adições de potência”, afirma o GS, destacando que as ações estão a ser transacionadas abaixo da avaliação dos ativos existentes (13 euros).

“Na nossa perspetiva, a redução nos investimentos poderá diminuir o risco de execução e potencialmente indicar uma mudança na alocação de capital para privilegiar o valor em detrimento do volume”.

De acordo com o plano de negócios da EDP 2023-2026, a empresa portuguesa planeia investir 25 mil milhões de euros durante este período: 21 mil milhões (85%) em energias renováveis e quatro mil milhões (15%) em redes de eletricidade, resultando num investimento médio anual de cerca de 6,2 mil milhões de euros.

A empresa prevê adicionar 4,5 gigawatts de energias renováveis por ano, num total de 18 gigawatts até 2026, com o objetivo de atingir 33 gigawatts de energias renováveis até 2026 e 50 gigawatts até 2030.





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Asraful Shohag

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